Por que a Forma Extraordinária?

Por que a Forma Extraordinária? Por mero saudosismo ou apego sentimental? Não!
Por que negamos o poder do Papa de modificar e promulgar as leis litúrgicas? Não! Isso seria contra o dogma da infalibidade do Romano Pontífice!
Seria por que consideramos a Forma Ordinária, como promulgada por Sua Santidade, o Papa Paulo VI, inválida, heterodoxa, heretizante, sacrílega ou acatólica? Não! Aceitar isso significaria que a Igreja teria falhado, além de negar a unidade do seu culto. Tais afirmações há muito já foram condenadas; a Forma Ordinária é uma lei litúrgica universal, promulgada pela suprema autoridade da Igreja e adotada pelo clero de modo unânime.

Então, quais são os nossos motivos?
  • Benefício para toda a Igreja, por ter sido nessa Forma que foram suscitados tantos santos e santas ao longo dos séculos;
  • Esta forma litúrgica jamais foi abrogada; (cf. Bento XVI, Motu Proprio Summorum Pontificum)
  • Porque “esta liturgia pertence à Igreja inteira como o rico veículo do espírito que deve se irradiar também na celebração da terceira edição típica do Missal Romano atual…” como “uma fonte preciosa de compreensão litúrgica para todos os outros ritos…” (Cardeal Francis George, Arcebispo de Chicago);
  • Porque temos o legítimo desejo, reconhecido pelo Papa, de conservar a riqueza litúrgica deste rito tradicional da Santa Igreja;

O que nos dizem os Papas e outros Hierarcas da Igreja em relação à venerável Forma Extraordinária?

  • Beato João Paulo II:
“Todos os pastores e os outros fiéis devem também ter uma nova consciência não somente da legitimidade mas também da riqueza que representa para a Igreja a diversidade dos carismas e das tradições da espiritualidade e do apostolado. Esta diversidade constitui assim a beleza da unidade na variedade: tal é a sinfonia que, sob a ação do Espírito Santo, a Igreja faz subir ao Céu”. 

“A todos esses fiéis católicos que se sentem ligados a certas formas litúrgicas e disciplinares anteriores da tradição latina, eu desejo também manifestar minha vontade – à qual eu peço que se associem os bispos e todos os que têm um ministério pastoral na Igreja – de lhes facilitar a comunhão eclesial graças a medidas necessárias para garantir o respeito às suas aspirações”.

“Dever-se-á por toda a parte respeitar as disposições interiores de todos aqueles que se sentem ligados à tradição litúrgica latina, e isso por uma aplicação larga e generosa das diretrizes dadas a seu tempo pela Sé Apostólica para o uso do Missal Romano segundo a edição típica de 1962”.

(Motu Próprio Ecclesia Dei Adflicta – 1º de julho de 1988)


“O Povo de Deus tem necessidade de ver nos padres e nos diáconos um comportamento cheio de reverência e de dignidade, capaz de ajudá-lo a penetrar as coisas invisíveis, mesmo com poucas palavras e explicações. No Missal Romano, dito de São Pio V, ... nós encontramos belíssimas orações com as quais o padre exprime o mais profundo senso de humildade e de reverência diante dos santos mistérios: elas revelam a substância mesma de toda a Liturgia”.

(Mensagem à Assembléia Plenária da S. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sobre o tema “Aprofundar a vida litúrgica entre o povo de Deus”, em 21/9/2001).


  • Servo de Deus Paulo VI
“Naqueles tempos, verdadeiramente difíceis, em que a fé católica corria perigo em relação à índole sacrifical da Missa, o sacerdócio ministerial e a presença real e permanente de Cristo sob as espécies eucarísticas, era necessário que São Pio V conservasse uma tradição mais recente, injustamente impugnada, introduzindo o mínimo de modificações nos ritos sagrados”.



  • Cardeal Joseph Ratzinger
“Eu penso que é antes de tudo uma ocasião para mostrar nossa gratidão e para render graças. As diversas comunidades nascidas graças a este texto pontifício têm dado à Igreja um grande número de vocações sacerdotais e religiosas, que, zelosas, alegres e profundamente unidas ao Papa, prestam seu serviço ao Evangelho nesta época da história que é a nossa. Por elas, muitos fiéis foram confirmados na alegria de poder viver a liturgia e no seu amor para com a Igreja, ou talvez, eles encontraram as duas coisas...”.

(Conferência em Roma, pelos 10 anos do Motu Próprio Ecclesia Dei Adflicta, em 24/10/1998)


  • Cardeal Darío Castrillón Hoyos
 “O rito antigo da Missa serve precisamente a muitas pessoas para manter vivo este sentido do mistério. O rito sagrado, com o sentido do mistério, nos ajuda a penetrar com nossos sentidos no recinto do mistério de Deus. A nobreza de um rito que acompanha a Igreja durante tantos anos justifica bem o fato de que um grupo escolhido de fiéis mantenha a apreciação deste rito, e a Igreja, pela voz do Soberano Pontífice, o compreendeu assim, quando ela pede que haja portas abertas à sua celebração... Nós celebramos um belo rito, rito que foi o de muitos santos, uma bela missa, que encheu os arcos de muitas catedrais e que faz ressoar seus acentos de mistério nas pequenas capelas do mundo inteiro...” 

(Trechos da homilia durante a Missa de São Pio V por ele celebrada em Chartres, em 4 de junho de 2001)