domingo, 9 de setembro de 2012

Orações e Cerimônias da Santa Missa - Parte III

Pax et bonum!


Hoje daremos continuidade à série de posts sobre as partes da Missa. Hoje falaremos sobre a Incensação do altar e o Introito.


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O altar representa o Nosso Senhor Jesus Cristo. As Relíquias dos santos que estão lá, lembram-nos que os santos são os Seus membros. Pois, tendo assumido a nossa natureza humana, Ele não só sofreu sua Paixão, triunfou na Sua Ressurreição, e entrou em Sua glória pela Ascensão, - mas Ele, também, fundou a Igreja sobre a terra, e esta Igreja é o Seu Corpo místico, Ele é o seu chefe, e os santos são seus membros. A partir deste ponto de vista, então, nosso Senhor não tem a plenitude do Seu Corpo místico sem Seus santos, e é por esta razão, que os santos, que estão reinando com Ele na glória, estão unidos com Ele, no Altar, que o representa.
O sacerdote, depois de ter terminado a oração, que ele disse curvando-se, e as mãos unidas no Altar, se prepara para a sua incensação. Duas vezes isso ocorrerá durante o Santo Sacrifício, e ambas as vezes com muita solenidade, por respeito a nosso Senhor, que é representado pelo altar, como já disse. No entanto, o sacerdote não recita qualquer oração durante a primeira incensação, ele apenas incensa cada porção do Altar, de tal modo que a totalidade dele seja, assim, honrada. Aprendemos com o Livro de Levítico, que o incenso foi usado desde muito cedo no culto divino. A bênção, que o padre lhe dá na Missa, ascende a produção da natureza à ordem sobrenatural. A Santa Igreja tomou emprestado esta cerimônia do próprio céu, onde São João testemunhou. Em seu Apocalipse, ele viu um anjo, de pé, com um incensário de ouro, perto do altar, no qual estava o Cordeiro, com vinte e quatro anciãos em torno dele. (Apoc. VIII. 3). Ele descreve este anjo para nós, como oferecendo a Deus as orações dos santos, que são simbolizados pelo incenso. Assim, nossa Santa Mãe a Igreja, Esposa fiel de Cristo, deseja fazer como o Céu faz, e aproveitando o véu de seus segredos misteriosos sendo mesmo assim parcialmente ascendido pelo Discípulo Amado, Ela pede, por imitação nossa na terra, o tributo de honra, assim, pago, lá acima, para a glória de seu Esposo. Nesta parte da Missa, só o altar, e o sacerdote, são incensados; a incensação do Coro é reservada para a segunda parte da cerimônia, que está no ofertório. É um dos costumes da Igreja de expor, sobre o altar, imagens e relíquias dos Santos, que depois são incensados, ao mesmo tempo.



A cerimônia da incensação concluída, o Sacerdote diz o Introito. Anteriormente, isso não era feito. O Ordo de São Gregório [1] nos diz, que o Sacerdote se vestia no secretarium [2], e depois ia para o altar, precedido pela cruz e lanternas; durante o qual, o coro cantava o Intróito, que era maior do que temos agora, já que o Salmo inteiro era cantado, e não apenas um ou dois dos seus versos, com o Gloria Patri, como no presente. Da mesma forma, foi o coro que tomou sozinho as parcelas restantes, que deveriam ser cantados durante a Missa. O costume do padre recitar essas várias porções, originados da Missa rezada, que era costume, foi por último introduzido em Missas solenes.
Esses comentários nos explicam como é que os missais antigos diferem consideravelmente daqueles que agora estão em uso. Eles simplesmente contem as orações: Coleta, Secreta, Pós-Comunhão, Prefácios, e o Canon. Eles foram chamados Sacramentários. Tudo o que era cantado pelo coro foi inserido no Antiphonarium, que agora tem o nome de Graduale. (A maioria das porções cantadas da Missa são, na verdade, nada mais do que antífonas, só que eles têm mais notas do que o que Antífonas comuns têm) Em tempos mais modernos, desde que as Missas rezadas foram introduzidas, nossos Missais contém tudo o que é utilizado, anteriormente, para ser cantado pelo Coro, como também as Epístolas e Evangelhos.
Tanto o Celebrante quanto o Coro fazem o sinal da cruz no início do Introito, porque é considerado como a abertura das leituras. Nas missas pelos mortos, o sacerdote faz a Cruz sobre o Missal apenas.


 [1] Sacramentário gregoriano. Este é o nome atribuído pelo papa Adriano I (772-795) a uma coleção de Missas estacionais, da qual uma parte é, sem dúvida, anterior ao pontificado de São Gregório Magno, mas que compreende também numerosos elementos posteriores a ele. O compilador adotou, certamente, como base de seu trabalho, um sacramentário cujo nome era o do santo Pontífice, mas como ignoramos o critério de suas modificações, talvez fosse mais exato dar à coleção o nome do papa Adriano I. Este sacramentário contém apenas as Missas estacionais às quais o papa tomava parte do ordinário, e omite todas as outras festas e solenidades nas quais não se celebrava o tempo litúrgico.

[2] O mesmo que sacristia.

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